quarta-feira, 20 de março de 2013

Carro elétrico brasileiro atinge 200Km/h

Inúmeros fatores e hipóteses foram levantados para explicar o relativo fracasso do carro elétrico no Brasil. Mas há quem fuja da regra. Uma equipe de universitários brasileiros criou o E-2012, um carro elétrico do tipo fórmula, ou seja: ele tem aquele jeitão de Fórmula 1, mas o motor é carregado do mesmo jeito que o seu celular. O veículo está tendo um sucesso surpreendente: a Unicamp E-Racing já ganhou uma competição nacional e a partir de junho irá representar o país em eventos internacionais.


Uma competição de carros elétricos não é uma corrida tradicional. É mais parecida com uma enorme prova de três dias. O veículo passa por testes estáticos e dinâmicos, sendo avaliado em quesitos como aceleração, design e eficiência energética. Das 8 categorias possíveis, eles só não ganharam a de Custos, em que a equipe deve justificar a escolha dos materiais sob o viés econômico.

“Tudo indica que esse é o futuro dos carros. Pouca gente sabe, mas o motor elétrico tem mais potência que o de combustão”, diz Willen Grimm Balaniuc, que tem 24 anos e estuda Engenharia Mecânica na universidade de Campinas. A competição elétrica e a de combustão acontecem paralelamente, então dá pra ter uma boa noção dessa diferença: enquanto os da primeira tem uma média de 120 cavalos e velocidade máxima de 200 km/h, os da segunda não passam de 80 cavalos e 160 km/h. O E-2012 só foi possível graças a dezenas de patrocinadores – o custo total girou em torno dos 180 mil reais.

Em relação às principais diferenças entre um carro elétrico tipo fórmula e um comercial, desses que a gente vê na rua, Willen diz que tudo depende do local em que as atenções dos engenheiros repousa. “Um carro tipo Prius (um dos veículos híbridos mais populares do mundo) é mais focado na economia do consumo de combustível, enquanto o E-2012 foi pensado do ponto de vista do desempenho”. Em termos práticos: um faz 0 a 100 em 3,5 segundos e o outro demora quase o triplo pra atingir a mesma velocidade.

Voltando ao dossiê da GALILEU, Willen também dá seus pitacos sobre a as dificuldades do carro elétrico se estabelecer de vez. “Existe um lobby muito forte da indústria automotiva de combustão, isso sem falar das petrolíferas”. Ele também acredita que não é só uma questão de vender os carros e pronto: “Você compra o carro, mas aí vai carregar onde? É uma questão estrutural também. Até na Europa, onde os veículos híbridos já são muito difundidos, a quantidade de postos de recarga é incipiente”.

A agenda da Unicamp E-Racing agora é a seguinte: em junho, uma competição nos EUA, em setembro outra na Itália e enquanto isso aguarda o resultado de um prêmio de inovação da Automotive Business, uma empresa de comunicação voltada para o mercado automobilístico.


Postado por: Victor Albino Bolorino de Carvalho

Comentários da equipe:
Ótimo ver universidades brasileiras se empenhando a criar carros menos poluentes, mesmo que seja pra pequenas competições dá uma esperança pro futuro.

Davi Erik M. Pereira

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